quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Migalhas


Sinto muito
Mas não vou medir palavras
Não se assuste
Com as verdades que eu disser
Quem não percebeu
A dor do meu silêncio
Não conhece
O coração de uma mulher
Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor
Quem começa
Um caminho pelo fim
Perde a glória
Do aplauso na chegada
Como pode
Alguém querer cuidar de mim
Se de afeto
Esse alguém não entende nada
Não foi esse o mundo
Que voce me prometeu
Que mundo tão sem graça
Mais confuso do que o meu
Não adianta nem tentar
Maquiar antigas falhas
Se todo o amor
Que voce tem pra me oferecer
São migalhas, migalhas...

domingo, 5 de setembro de 2010

Estrela


E de repente me veio um vazio, um vazio tão grande como quem olha para o céu e vê a imensidão, uma sensação de querer alcançar alguma coisa, mas ao mesmo tempo uma sensação de conforto de aconchego e inquietude. Eu estava vendo as coisas acontecerem participando apenas de longe. O fato é que eu não quero ser a poltrona branca imóvel nem a cortina transparente ou o quarto mudo, mas o céu, a estrela, não a mais brilhante, mas qualquer uma em qualquer lugar e acompanhada por outros.
(Natasha Hartmann)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Subtexto

Se eu tivesse pensado antes, em como agir da melhor maneira possível, não teria magoado quem é importante para mim, hoje essa pessoa me entenderia e estaria comigo ao longo desse tempo...Tempo esse “perdido” por atos cometidos e esquecidos propositalmente na tentativa de fuga, Porque hoje por mais que eu não me permita lembrar os momentos importantes do passado para não sofrer, eles acabam retornando de alguma forma, não sei se eu suportaria a imensa dor da lembrança. Dificílimo contar... a única certeza que tenho é da grande história que nós criamos, apesar de estarmos afastados porque os anos foram passando e perdemos a criança que existia dentro da gente. Aos meus olhos posso parecer louca, mas juntando minhas peças quem sabe meu universo não ganhe algum sentido? É possível estar dos dois lados quando a palavra é magoar, e tanto em um, quanto do outro fica difícil esquecer. Hoje percebo que não temos os mesmos ideais, mas eu só peço que não se esqueça de mim, não se arrependa de mim porque eu preciso de você...



“Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter”

(Natasha Hartmann)

domingo, 6 de junho de 2010

Agridoce



Agridoce! perfeito sabor do doce e salgado... o equilibrio no maior de todos os sentidos: o paladar....Relacionamentos são sempre "Agridoce"...quando o sal fere ou o doce mela... e o prato se desequilibra, é quando as probabilidades de uma nova receita ser criada é enorme...mais nem sempre temos na cozinha os mesmos chefes...as vezes é necessário trocar...


Por que você às vezes
Se faz de ruim?
Tenta me convencer
Que não mereço viver
Que não presto, enfim
Saio em segredo
Você nem vai notar
E assim sem despedida
Saio de sua vida
Tão espetacular
E ao chegar lá fora
Direi que fui embora
E que o mundo já pode se acabar
Pois tudo mais que existe
Só faz lembrar que o triste
Está em todo lugar
E quando acordo cedo
De uma noite sem sal
Sinto o gosto azedo
De uma vida doce
E amarga no final
Saio sem alarde
Sei que já vou tarde
Não tenho pressa
Nada a me esperar
Nenhuma novidade
As ruas da cidade
O mesmo velho mar

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aproveite a Vida






O velho ditado "tempo é dinheiro" não é mais o mesmo. Em tempos de globalização e de hipercompetição, muitas pessoas com dinheiro não conseguem desfutar do que ganham devido à falta de tempo; e outras, com tempo de sobra, não tem um centavo no bolso.
Certamente, são riquezas destintas que, juntas, conferem um novo significado à palavra prosperidade.


(Autor desconhecido)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

I ♥ the rain

I can't believe this change in the weather



THE MOST WHEN IT STOPS

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Instante

A culpa é sempre de quem te coloca os pensamentos tristes? Não é dor de tristeza... É dor de saudade! Porque te faz lembrar o momento alegre, alegre até demais que não cabe no coração que é pequeno para tanta recordação que nem agüenta, era tão bom... Você quer voltar naquele instante, a saudades bate, aquele momento que foi tão bonito que você sentiu vontade de chorar, de olhos abertos para não piscar e perder um segundo “vai dizer que o tempo não parou naquele momento”. Para alguém pode ser considerado apenas mais um instante... Pode ser pequeno, mas para você foi o mundo!
(Natasha Hartmann)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sensibilidade

Sinceramente não sei o que fazer de mim mesma, me mostre uma coisa alegre para se fazer, me mostre o útil porque não quero a inutilidade das coisas, não quero mais saber do que não posso fazer... Eu quero fazer!
Mostre-me o belo ou o feio, tanto faz, só não quero ser incompleta, pois é assim que eu tenho me sentido, eu quero a totalidade das coisas, eu cansei de fazer o mediano, de fazer o que é possível, esse momento é o momento de vencer os medos, o momento de quebrar as barreiras, de liberdade de expressão... Eu quero algo que eu ainda não alcancei, eu cansei das coisas micro agora eu quero o macro, quero o fígado porque me é palpável, não quero saber das pequenas coisas que não vão fazer a menor diferença para o mundo... Eu quero fazer a diferença para alguém, quero a preocupação verdadeira, quero a sensibilidade maior que a vida pode me dar.



(Natasha Hartmann)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Metamorfose ou Os Insetos Interiores ou O Processo

Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, invertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se

A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

(O Teatro Mágico - Os insetos interiores)

sábado, 16 de janeiro de 2010

O corpo

Sentei-me no ônibus, eu estava tranqüila, indo para casa, quando vi o corpo... Eles não têm uma morte digna pensei ninguém percebe a presença deles? Ou melhor, a morte não é notada!
O corpo clamou por vida minutos antes, até não agüentar mais, não havia ninguém que quisesse ajudar, então ali mesmo se findou.
Ninguém moveu uma asa para ajudar, só a própria borboleta, que lutou com bravura até o último suspiro, no entanto, alguns olharam com obediência aquela espécie se debatendo.
E quando enfim a morte chegou o corpo descansou... Ficou imóvel, lívido, enrijecido.
Percebi então que outras pessoas entraram no ônibus, e mais uma vez o corpo foi ignorado.
Quanto tempo ficaria ela ali naquele ônibus? Alguém iria movê-la? Ou iriam pisar nela até que seus pedaços fossem confundidos com o próprio piso do ônibus? Como se a visa não valesse...
A vida de um inseto é irrelevante mesmo... Quanto vale um inseto valente?
Eu lhes digo a natureza e criação de Deus não tem preço!


(Natasha Hartmann)