sábado, 31 de maio de 2008

Presente Vivido

O momento pelo qual estou passando faz com que eu me indague sobre o presente, passado e futuro... Não sei me entregar ao momento, sempre vivo do passado e do futuro, não sei o que é viver o presente, para viver o presente é preciso se “desligar” das coisas que foram e das coisas que um dia possam vir a acontecer, será isso?
Eu preciso me organizar antes de me entregar, nas vezes em que tentei foi um fracasso, meu medo é eu gostar tanto do presente e ele me escapar.
O presente não é meu para sempre é um instante, no entanto esse instante vai ser um passado, e ai sim vai se tornar para sempre em mim.

Hum sinto que o problema maior então é o futuro do presente vivido, ou seja, o amanhã da história, pois posso vir a ficar com o nada, não sei, não agüentaria sentir que o instante passou, que eu gostei, e que agora não é mais “meu”, é meu apenas como passado, então continuo na mesma...

(Natasha Hartmann)



Clarice Lispector:



"O que chamamos de tempo é o movimento de evolução das coisas, mas o tempo em si não existe"



"O meu passado que era o meu contínuo presente e o meu futuro contínuo"



"Quero o tempo presente que não tem promessa, que é, que está sendo. Este é o núcleo do que eu quero e temo. Este é o núcleo que eu jamais quis"



"Sempre e eternamente é o dia de hoje e o dia de amnhã será um hoje, a eternidade é o estado das coisas neste momento"



"Em todo caso o futuro parecia vir a ser muito melhor. Pelo menos o futuro tinha a vantagem de não ser o presente, sempre há um melhor para o ruim"





sexta-feira, 23 de maio de 2008

Rifa-se um coração (C.L)


Rifa-se um coração



Um coração idealista


Um coração como poucos


Um coração à moda antiga.


Um coração moleque


Que insiste em pregar peças no seu usuário.


Rifa-se um coração


Que, na realidade, está pouco usado


Meio calejado, meio machucado


E que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões.


Um pouco inconseqüente


Que nunca desiste


Um leviano


E precipitado coração


Que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: "Não quero dinheiro, quero amor sincero, isso é que eu espero!"


Um idealista


Um verdadeiro sonhador.


Rifa-se um coração


Que nunca aprende, que não endurece


E mantém sempre viva a esperança de ser feliz


Sendo simples e natural.


Um coração insensato Que comanda o racional


Sendo louco o suficiente


Para se apaixonar.


Um furioso suicida


Que vive procurando relações e emoções verdadeiras.


Rifa-se um coração


Que insiste em cometer sempre os mesmos erros.


Esse coração


Que erra, que briga, se expõe


Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.


Sai do sério e, às vezes, Revê suas posições


Arrependido de palavras e gestos.


Este coração tantas vezes incompreendido


Tantas vezes provocado


Tantas vezes impulsivo


Um coração para ser alugado


Ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.


Um coração abastado


Indicado apenas para quem quer viver intensamente.


E, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida


Defendendo-se das emoções.


Rifa-se um coração


Tão inocente que se mostra sem armaduras


E deixa louco o seu usuário.


Um coração que, quando parar de bater, ouvirá seu usuário dizer:


"O senhor pode conferir, eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento, Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança, Que insiste em não endurecer se recusa a envelhecer."


Rifa-se um coração


Ou até mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo,


Um órgão fiel ao seu usuário


Um "amigo do peito" que não maltrate tanto o ser que o abriga


Um coração que não seja tão inconseqüente.


Rifa-se um coração


Cego, surdo, mudo


Mas que incomoda um bocado.


Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado.


Provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais


Por não querer perder o estilo.


Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.


Um simples coração humano,


Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado,


Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar.


Uma vez por outra constrange o corpo que domina.


Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos,


A ter a petulância de se aventurar como poeta.

Por Celso C. Gomes

Sentimentos do amor
O ódio é meu oposto
Mas sinto muito gosto
Ao derrotá-lo com o olhar
De quem aprendeu a batalhar

Já o medo é meu protegido
Já que depois de perdido
Se transforma em alegria
Que é a minha irmã de cria

Entretanto a inveja é medonha
Não trabalha, é enfadonha
Só enxerga seu direito de ação
Mas não realiza nenhuma obrigação

Da saudade eu guardo tudo
Tirando uma lembrança do fundo
Sei que guardada ela ameniza
A saudade que se enfatiza

Ódio não posso suportar
Medo eu quero proteger
Inveja é sempre enfadonha
E a saudade não me é estranha

Sentimentos do ódio
O amor é chato e tedioso
Com todo aquele jeito meloso
Me irrita esse cara delicado
É pior ainda se está apaixonado

O medo é um ser inanimado
Fracote que vive apavorado
É bom não provocar a fundo
Se não, vira a coragem do mundo

Contudo, a inveja é uma merda
Pior que fita de gente lerda
Só atrapalha o desenvolvimento
Mas é dela que eu me alimento

E a saudade é outra coisa melosa
Sentimento fora de moda e sem prosa
Que não me deixa entrar no coração
Dizendo: dupla personalidade comigo não!

O amor é sempre tedioso
O medo um frangote perigoso
A inveja é uma merda
E a saudade é uma boa perda

Sentimento de inveja
Queria ser todo o amor
Para me deleitar como flor
Sem dar nem um segundo
Pois só eu mereço esse mundo

Odiar é melhor em mim
Só eu sei, isso sim,
Quanto o ódio me serve
Com tudo que o preserve

O medo eu quero sem demora
Quero tudo pra mim agora
Ninguém pode ter essa jóia
Apenas eu mereço a paranóia

Não inventei a saudade mas a quero
Só eu sei dar o valor que dela espero
Quero todinha pra mim e mais ninguém
Só eu posso ter e que todos fiquem sem

O amor eu quero afinado
O ódio é meu aliado
O medo é minha jóia
E a saudade... que paranóia

Sentimento do medo
Amor é algo que tenho receio
Parece meu amigo e nem olha feio
Todo cheio de afeto me dá indecisão
Espero que ele não queira meu coração

Autoritário e rei poderoso
O ódio parece muito corajoso
Ele só para se eu cercá-lo
Mas as vezes nem eu posso pará-lo

Que dizer da estagnada inveja
Tomara que ela não me veja
Atrevida, está em nosso meio
Só pra ser amiga do alheio

Saudade é coisa de corajoso
Senti-la pode ser perigoso
Não me arrisco nesse terreno
A dose pode ser pior que veneno

O amor me deixa receioso
O ódio é um cego perigoso
A inveja quero distância
E a saudade como amante

Sentimento da saudade
O amor é bom de reviver
Traz lembranças que podem doer
Mas é melhor ter do que lembrar
Do que ao esquecimento se forçar

O ódio é bom esquecer sem dó
Mantenha-o longe e bem só
Recordar rancor e perversidade
É a pior maneira de ter saudade

O medo devia se encorajar
Alguns valem apena lembrar
Na "primeira vez" o vemos de frente
Deixando essa lembrança sempre presente

Como posso querer a inveja
Não me importa como ela seja
Já conheço a sua fama medonha
Essa é uma saudade tristonha

Amor é motivo de recordação
O ódio? quero longe essa maldição
O medo pode ter sido um investimento
Pra fugir da inveja e do ser tormento

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Realidade

Não posso acreditar, não entendo quando foi que aconteceu, vem acontecendo? e como não notei...
Me pegou de surpresa, ou eu sabia e não queria admitir, eu não queria me entregar, e então naquele momento não queria enxergar o que estava acontecendo.
ah! essa agonia em mim, é o que me faz escrever, havia parado, mas agora com todos os fatos ocorridos... não quero me entregar, preciso voltar ao que eu era, preciso da realidade.
Agora vou aos poucos percebendo como tudo isso aconteceu, porque eu sofro, é uma alegria triste, sofrer para me dá conta do que talvez possa vir a acontecer? sim, tem que ser algo esperado, o inesperado me assusta. E junto vem a agonia de algo a mais que não sei o que é ao certo, talvez seja a agonia de quem tem vontade de alcançar aquilo que deseja o mais rápido possível.
E voltei a escrever como se estivesse renascendo, tenho medo disso, pois não sei o que virá depois. Percebo que eu sei alguma coisa do que virá, sei que posso acabar me iludindo, e ficando com o nada, significa então que já passei por essa situação, por isso eu conheço, então eu sei, eu tenho é que recordar, e juntar os fatos.
Agora entendo que escrevo para salvar ou para recordar alguma coisa vivida, a minha vida vivida, quero então que as pessoas entendam o que quero dizer, não dizendo. Sobre o que estou pensando, sentindo ou pensei e senti, o que nem eu mesma sei, preciso voltar a realidade.
A realidade vem como um soco, já sofrida, mas desta vez as palavras que dissera grudaram e ecoam a cada instante em mim... e veio a pergunta assustadora naquele momento"tem certeza de que é isso que você quer?"
Eu estava muda, então surgiu um pensamento, apagar tudo que fosse meu da sua vida e apagar tudo que fosse seu da minha vida. Depois veio um ódio súbito de magoar também, mas por fim a relidade chegou, esta sim, era a realidade esperada, finalmente eu poderia voltar ao normal, pois não havia mais agonia em mim, agora era a certeza, a certeza tão mais profunda de quem sabe que era o ultimo instante de nós dois.
Mas me dei conta, só me dei conta quando aconteceu que não, eu não queria, mas era tarde demais, já havia passado, e a ultima lágrima já havia secado, eu fui tomada por uma realidade verdadeira.

(Natasha Hartmann)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Quem sou eu?

Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado,sentir alegria inteira,inventar mundos,inventar amores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir,o complicado me aborrece. O que importa é o que faz os meus olhos brilharem,o coração bater forte,o sorriso saltar da cara. Tenho um coração maior do que eu,nunca sei minha altura,tenho o tamanho de um sonho.Coragem eu tenho um monte.Mas medo eu tenho poucos.Tenho medo de filme de terror,tenho medo das pessoas,tenho medo de mim.Minha bagunça mora aqui dentro,pensamentos entram e saem,nunca sei aonde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha,se eu posso levar pra casa,se eu posso te levar pra mim, Eu sou assim.Nada de meias-palavras.Já mudei, já aprendi,já fiquei de castigo,já levei ocorrência,já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula,mas palavra é igual oração:tem que ser inteira senão perde a força. Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender?Não precisa.Quer me amar?Me dê um chocolate,um bilhete,um brinde que você ganhou e não gostou,uma mentira bonita pra me fazer sonhar.Não importa. Criança não liga pra preço,não liga pra laço de fita e cartão de relevo.Criança gosta de beijo,abraço e surpresa!

Música - Lulu Santos

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito
Isso de ser abstrato,
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber.

Perfeita para esse momento que estou passando, os homens são tão difíceis de entender e ainda dizem q somos nós mulheres...






"O que eu vou escrever já deve está na certa de algum modo escrito em mim. Tenho é que me copiar com uma delicadeza de borboleta branca." (C.L)

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,“quebrei a cara muitas vezes”!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo! Não passo pela vida…E você também não deveria passar!
Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é “muito” pra ser insignificante. (Charles Chaplin)